Citricultura

Cultura da bergamota é opção de renda extra para o produtor

Em escala comercial, Pelotas tem 20 produtores que devem produzir 600 toneladas nesta safra

Foto: Jô Folha - DP - Com janela de produção entre os meses de maio e agosto é aproveitada a mão de obra familiar no pomar

Assim como a uva, os citros, mais especificamente a bergamota, estão presentes em praticamente todas as propriedades rurais de Pelotas. Em escala comercial, 20 produtores se dedicam ao cultivo da fruta, que ocupa 30 hectares no município e tem produção estimada em 600 toneladas para a safra 2023. De acordo com o extensionista da Emater Pelotas, Rodrigo Prestes, estes números se referem aos produtores que têm como fonte de renda a bergamota. “Se formos analisar os dados macro do município tendo como fonte o IBGE, os números são muito maiores”, ressalta.

Prestes ressalta que a Emater estimula a produção por ser a bergamota uma fruta que produz em época do ano em que o produtor tem maior disponibilidade de mão-de-obra. “Se a gente considerar a nossa fruta principal que é o pêssego, com três mil hectares, acaba produzindo durante os meses de verão e tem maior demanda de mão de obra nesta época”, diz. Enquanto a bergamota, a maior exigência de mão de obra é no período do outono-inverno.

Por este motivo, a fruta é vista com potencial para ser uma forma de diversificação de renda na propriedade, diz. “A Emater tem estimulado os produtores a essa atividade - principalmente na questão de manejo, na correta implantação, análise de solo, adubação, e também quanto ao uso de mudas de qualidade e técnicas de irrigação - o que tem resultado em excelentes produtividades, superiores à média do Estado e brasileira”, ressalta.

Colhendo os frutos
Os resultados podem ser observados no pomar do produtor Enoir Schimidt, localizado no Bachini, 7º distrito, que segundo o técnico é um exemplo de diversificação. Tradicional produtor de pêssego, cultura que ocupa oito hectares da propriedade, ele se dedica ainda à cultura da soja, com 32 hectares entre próprios e arrendados e, é claro, ao cultivo dos citros, dois hectares.

Schimidt segue à risca as orientações dos técnicos. Ele começou com área pequena por influência do pai, que cultiva a fruta há 43 anos, e possui hoje dois hectares de pomares com 1,28 mil plantas das variedades Ponkan, Caí (precoce) e Pareci (tardia), de diferentes idades - entre quatro e 13 anos, além de uma área experimental com 20 plantas, em que está testando a altura das plantas, com o objetivo de facilitar a colheita.

Em franca produção e em plena colheita, que começou em meados de maio, está um hectare com 780 plantas em que espera colher 40 toneladas. Ele explica que esta rentabilidade se deve ao mercado que se abriu neste ano para o recebimento daquelas frutas de menor tamanho, antes desprezadas. “Sem este mercado, a expectativa cai para 30 toneladas”, ressalta.

Com a utilização de mão de obra familiar, em que trabalham o seu pai, ele e a esposa, além da produção ser numa época em que o produtor tem esta disponibilidade, a janela de produção inicia em maio e se estende até agosto e em anos atípicos, até o mês de setembro. “É o contrário do pêssego que temos 40 dias para colher e depois de quatro dias, a fruta começa a perder a qualidade”, ressalta. A bergamota pode ficar no pé por vários dias e mesmo após colhida mantém a sua qualidade, diz.

Segundo ele, este é um dos anos em que os pomares estão com maior quantidade de frutos, no entanto, por causa da estiagem no verão, muitas frutas não se desenvolveram o suficiente. “Já encaminhei projeto via Emater para obter recursos para sistema de irrigação, via Pronaf”. A água virá de arroio localizado a menos de cem metros do pomar.

“Num futuro mais distante, quero adotar a agricultura de precisão”, salienta. Segundo Prestes, trata-se de um produtor que está qualificando a atividade, pois se observa muitos pomares, mas o que o difere é o manejo e a qualidade, com produtividades superiores a 40 toneladas por hectare, rentabilidade considerada excelente. “Estes resultados são obtidos a partir da utilização das orientações oferecidas pela assistência técnica”, finaliza.

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